Quem é José Soares de Pina?
Começou como comercial e evoluiu para a área de estratégia e desenvolvimento de negócio. Conheceu diversos setores de atividade e passou para o lado da gestão e administração de empresas. É um homem do mundo, que trabalhou com todos os continentes e enfrenta agora o desafio de liderar o destino do Grupo Altri.
Nasceu no Porto mas viveu em Vale de Cambra até aos 18 anos. Surgiu a oportunidade de estudar nos Estados Unidos da América, mais precisamente na costa leste, na área de Nova Iorque, onde se licenciou em Engenharia Civil pelo New Jersey Institute of Technology.
Começou a carreira profissional com projetos de preservação arquitetónica, o que o fez entrar na gestão de projetos. Foi uma excelente experiência, não só pelo que fez nos EUA, mas também pelo convite que recebeu da World Monuments Fund para coordenar a preparação do projeto de conservação da Torre de Belém em Lisboa.
Era uma oportunidade única e uma ponte de regresso a Portugal. Não hesitou. Mudou-se de malas e bagagens para Lisboa. Quando esta fase inicial do projeto se concluiu, deparou-se com a possibilidade de voltar aos EUA ou ficar em Portugal? Decidiu ficar.
Entrou na Dow Portugal, onde assumiu a gestão comercial do negócio de soluções para a área de construção e infraestrutura em Portugal. A Dow é uma multinacional americana que opera em diversos setores de atividade, tem 109 fábricas em 31 países e emprega cerca de 36.500 colaboradores. Em 2019 o volume de negócios da Dow foi de aproximadamente 43 mil milhões de dólares.
Foi neste gigante da indústria química que José Soares de Pina passou 25 anos. É neste ambiente que cresce como profissional, adquirindo diversas valências em múltiplas funções, indústrias e geografias.
Salto do marketing para a gestão
Atendendo aos bons resultados alcançados na Dow Portugal, surgiu a possibilidade de trabalhar o mercado alemão, também na área da construção e infraestruturas. Era o bilhete para o início de uma carreira internacional. Passou quatro anos na gestão de marketing para a Europa da área de construção da Dow, quando mudou novamente de área e de país. Trocou a Alemanha pela Suíça, onde assumiu as funções de gestão de marketing da divisão de embalagens da Dow para a Europa, Médio Oriente e África (EMEA). Foram três anos até surgir o novo desafio, com um maior grau de complexidade e com tarefas de gestão associadas.
A proposta não era senão liderar o negócio mundial da divisão de Saúde e Higiene da Dow. Para desempenhar essa função, deixou a Suíça e rumou aos EUA, desta vez para Houston, na costa sul, onde esteve quase três anos. É uma tendência ao longo do seu percurso profissional.
Passado um período de três ou quatro anos, aparece uma nova oportunidade associada a um cargo de maior responsabilidade e a um novo destino. Chegou o momento de mudar de lado do Atlântico para dirigir a estratégia e o desenvolvimento de negócio da divisão de novos materiais da Dow, a partir da Suíça. Neste período dá-se a fusão da Dow com a também norte-americana Rohm and Haas. Um negócio de doisgigantes da indústria química que foi valorizado em 18 mil milhões de dólares. José Soares de Pina ficou à frente da integração de uma divisão de negócio que resultou da fusão.
Experiência no mercado agroindustrial
Decorridos dois anos, surge um novo desafio que possibilitou a sua saída da cultura corporativa da Dow para liderar o negócio de uma subsidiária da Rohm and Haas, que integrara o portefólio da Dow.
Quando assumiu a direção do negócio da Agrofresh, encontrou uma empresa com soluções para a agroindústria, com 10 anos de mercado, presente em mais de 40 países, mas com uma atitude de start-up, apesar dos mais de 200 colaboradores que a constituíam. Esteve na Agrofesh até 2014.
O relógio não para. Era tempo de uma nova oportunidade e com ela uma nova ponte com destino a nova geografia: Xangai, China. O desafio? Dirigir a divisão de agroindústria da Dow no continente asiático. “Uma experiência muito enriquecedora e muito diversa.
Foi muito interessante lidar com aquela amálgama de culturas, ainda para mais considerando que a agroindústria é um setor estratégico que concorre com interesses domésticos”, explica José Soares de Pina.
Antes de sair da Dow, assistiu a outra megafusão entre dois colossos da indústria química: a Dow com a americana DuPont. Foi uma espécie de casamento com pré-acordo de divórcio.
O negócio serviu para juntar as duas empresas, fazer um arranjo de portefólio e fazer uma separação em três, dando origem a nova Dow. Foi o seu último grande desafio na multinacional americana ao liderar inicialmente este processo de integração, e posteriormente a estratégia corporativa e desenvolvimento de negócios da Dow na Ásia e no Pacífico.
O gestor entende que “a Ásia é, para a maioria das empresas ocidentais, a última fronteira de desenvolvimento. É uma geografia que representa mais de 50% da população mundial e é onde se vai ditar grande parte do futuro económico”. O último trabalho de José Soares de Pina foi encontrar a forma de melhorar a presença e o negócio da Dow no mercado asiático.
Uma tarefa nada fácil, atendendo ao posicionamento que a empresa detinha no mercado. Cerca de 20% das receitas anuais, mais de 10 mil milhões de dólares, eram geradas na Ásia. Ao todo, na Dow trabalhou em oito setores de atividade diferentes, assumiu diversas funções e em diversas regiões. Foi este percurso e esta experiência que o levaram a dar o seu último salto e desafio. Dirigir o negócio do Grupo Altri.