Conservar e restaurar os ecossistemas

Conservar e restaurar os ecossistemas

As principais ameaças às áreas de conservação são os incêndios florestais e a presença de invasoras lenhosas. Uma boa gestão dos espaços de produção florestal é a melhor forma de proteger as áreas de conservação.

O Parque Natural de São Mamede, a serra de Monchique, a serra do Caramulo, ou as áreas de Arouca e Góis, são zonas onde a Altri Florestal tem um património florestal com uma expressão importante e nas quais existem áreas de conservação muito relevantes que, por vezes, necessitam de ações mais robustas de intervenção e restauro.

Nestas áreas de elevado valor de conservação serão constituídos projetos de intervenção criteriosa de restauro com relevância à escala da paisagem que mitiguem as ameaças concretas sobre os habitats e as espécies, como o controlo e a erradicação de invasoras lenhosas, ou a promoção de espécies autóctones ameaçadas, com elevado interesse de conservação, como por exemplo as aves de rapina florestais, ou o carvalho-de-Monchique.

As principais ameaças para as áreas de conservação são os incêndios florestais. Por esse motivo, uma boa gestão das áreas de produção florestal é também a melhor forma de proteger as áreas de conservação.

Segundo este responsável, é possível erradicar uma invasora, mas isso obriga a um esforço continuado. Não se pode parar. Existem muitas técnicas que podem ser aplicadas e a Altri Florestal trabalha com várias instituições para testar as distintas técnicas de restauro e de erradicação de invasoras, como o Instituto Superior de Agronomia e outras escolas de investigação e organizações ambientais locais que apoiam estes esforços.

Ao nível da paisagem, estes pequenos restauros são importantíssimos para a biodiversidade, mas “é preciso ter um projeto de maior dimensão para conseguirmos atuar de forma mais eficaz ao nível da paisagem”.

Foco na recuperação de habitats e espécies

A Altri Florestal estima fazer uma intervenção por ano numa área de restauro de grande dimensão e acompanhá-la ao longo dos anos da estratégia. Este ano a empresa começou numa área muito desafiante, em Monchique, que faz parte do projeto Renature Monchique (https://www.renaturemonchique.org/).

É um projeto liderado pelo Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), uma associação de defesa do ambiente.

Whenever invasive specie are detected, it is very important to perform an early intervention, with the appropriate techniques and timings, in order to contain their expansion.

according to Pedro Serafim

“Depois do incêndio de 2018 em Monchique, que atingiu de forma bastante intensa a propriedade da Altri Florestal nessa localidade, o GEOTA lançou o desafio para restaurar a área. “Essa propriedade já estava identificada no nosso património como um hotspot de biodiversidade.

Está classificada como tendo alto valor de conservação e foi muito atingida pelo incêndio”, conta Pedro Serafim. É uma área que se está a regenerar, mas são necessárias ações de engenharia natural para recuperar as encostas.

Vão ser removidas algumas áreas que tinham eucalipto na cabeceira da linha de água e promover toda a vegetação ripícola e ribeirinha que ali se encontra, como, por exemplo, a adelfeira (Rhododendron ponticum), uma espécie muito rara que é considerada uma relíquia da flora da serra de Monchique.

“É um local muito relevante para promover a recuperação de uma espécie ameaçada e que é, de longe, o carvalho mais ameaçado do País: o carvalho-de-Monchique.” Por esse motivo é importante o trabalho de produção do Quercus canariensis nos Viveiros do Furadouro para depois levar as plantas para a serra de Monchique.

O projeto de reflorestação já se iniciou na propriedade da Altri Florestal, mas, num futuro próximo, as plantas serão cedidas a outras instituições que queiram fazer restauro na área mais atingida pelo fogo de 2018.

Projeto Renature Monchique

A Altri Florestal assinou em 2019 um protocolo com o GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente) no âmbito do projeto Renature Monchique, onde assumiu o compromisso de trabalhar em parceria com o objetivo de restaurar os ecossistemas da Rede Natura 2000 no concelho de Monchique.

Este território foi afetado pelo maior incêndio na Europa em 2018, que atingiu a propriedade Barranco do Corgo, área classificada como Alto Valor de Conservação e sob gestão da Altri Florestal.

As ações de restauro ecológico incidem sobre a recuperação dos habitats de medronhal, sobreiral e carvalhal e, particularmente, na recuperação e proteção das formações raras de Adelfeiras – Rhododendron ponticum.