Viveiros do Furadouro cumprem 25 anos

Viveiros do Furadouro cumprem 25 anos

Plantas de eucalipto é o que produz maioritariamente, por via seminal ou por propagação vegetativa, adaptadas a uma vasta gama de situações, fruto de um programa de melhoramento genético. A capacidade de produção anual é de sete milhões de plantas florestais em contentor

A ideia de criar os Viveiros do Furadouro surgiu há quase 30 anos, sob a inspiração do Paul Cotterill, na altura consultor e depois diretor florestal da Celbi. Ivone Neves, directora dos Viveiros do Furadouro, conta que era motivador partilhar a sua visão. “Se os holandeses produzem tão eficientemente plantas ornamentais e hortícolas em estufas tecnologicamente avançadas, porque é que não havemos nós de produzir, em Portugal, plantas florestais seguindo os mesmos métodos?”

Estava lançado o desafio para um projecto que no início gerou muitas dúvidas, muitos olhares desconfiados, mas também muita ambição e entusiasmo. Acreditou-se neste projecto por ser motivador e diferente e, em Setembro de 1991, avançou-se com os movimentos de terras. Em Abril de 1992, começou a produção de plantas na estufa de vidro idealizada para produzir eucaliptos.

“Foi um projecto inovador que continua a funcionar em pleno, apesar de já ter passado um quarto de século, sendo considerado uma referência na produção de plantas florestais”, diz Ivone Neves.

A gestora refere que nos primeiros tempos todos os dias eram difíceis. “Os sustos eram uma constante. Tudo parecia demasiadamente complexo e difícil de levar a bom termo.” Como em qualquer projecto que se inicia houve erros e viveram-se desilusões. As geadas, os insucessos das produções, a gestão do pessoal, as encomendas não levantadas, as plantas deitadas ao lixo. Apesar dos obstáculos, tentou-se não perder o rumo e perseguir com resiliência a missão que é clara e simples, produzir as melhores plantas, contribuindo para que sejam plantadas no sítio mais adequado e na melhor altura.

Apesar de a missão ser simples, nem sempre é fácil de atingir. São conhecidos os factores que contribuem para o sucesso ou insucesso das florestas e muitos deles ultrapassam a produção e a qualidade das plantas, sendo de controlo extremamente difícil.

  • Borges de Oliveira, Co-CEO do Grupo Altri
    Borges de Oliveira, Co-CEO do Grupo Altri


    Passados 25 anos e algumas semanas é com enorme orgulho que Ivone Neves mostra a continuidade da visão arrojada e inspiradora que deu origem aos Viveiros do Furadouro. “Cabe-nos dar razão a quem um dia sonhou ‘em grande’ com um viveiro como este para produzir eucaliptos. Este projecto, este viveiro, estes mais de 120 milhões de boas plantas florestais que produzimos desde 1992, resultam do trabalho de um grupo de pessoas coesas e fantásticas.”

    A directora enfatiza o papel de cada colaborador e o papel que cada um desempenha fazendo uma analogia com um puzzle. Cada colaborador é uma peça que encaixa perfeitamente no seu sítio. Basta faltar uma peça para se comprometer a imagem final. Seja ela qual for. “Acreditamos na sábia ideia de que colaboradores satisfeitos geram clientes satisfeitos. E por isso quero agradecer a todos os que diariamente nos permitem vencer este desafio”, diz Ivone Neves.

    Se os colaboradores são uma peça fundamental, os clientes são a mostra do reconhecimento e do sucesso dos viveiros. “Os nossos clientes têm sido actores presentes, ano após ano, acreditam no que fazemos e divulgam a qualidade das nossas plantas. Sem eles, nada seríamos”, conclui Ivone Neves.

    Se os teus sonhos não te assustam, então eles não são grandes o suficiente.

    Ellen Johnson Sirleaf

    Principais plantas produzidas no viveiro

    Eucalyptus globulus geneticamente melhorado (seminal e estacas);
    Eucalyptus globulus seleccionado;
    Eucalyptus nitens;
    Pinus pinea (pinheiro-manso);
    Casuarina sp
    Cupressus lusitanica (cipreste-português).