Vila Velha de Ródão promove o desenvolvimento sustentável
Uma das grandes tarefas que a autarquia desempenha é a promoção de um desenvolvimento sustentável, que tenha em conta o respeito pelo meio ambiente e contribua para o aumento da qualidade de vida e do bem-estar da comunidade rodense.
As portas de Ródão são o cartão de visita do município de Vila Velha de Ródão. Este monumento natural que fica no Tejo é a prova de como a história e a economia do município estão interligadas com o rio. Não se entende uma sem a outra. Preservar o legado natural do Tejo e manter a economia funcional são dois desafios que implicam alcançar diversos equilíbrios.
Foi sobre o futuro e o desenvolvimento sustentável de Vila Velha de Ródão que falámos com Luís Pereira, presidente da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão.
Que papel desempenha a autarquia na promoção de medidas que ajudem o investimento e a atividade económica na região, criando emprego e riqueza?
A autarquia não pode, nem pretende, substituir-se aos investidores privados no que respeita à criação de emprego e riqueza na região. Neste sentido, o nosso papel é ser uma estrutura de apoio aos investidores, fornecendo informações, encaminhando para os apoios existentes ou criando medidas pontuais de apoio à instalação de empresas no concelho; seja, por exemplo, através da disponibilização de terrenos a preços acessíveis ou na construção de acessos e infraestruturas.
E como pode a câmara municipal ser, ao mesmo tempo, garante da sustentabilidade ambiental e da qualidade de vida dos rodenses?
Embora não tenha competências diretas no que respeita à fiscalização em matéria de proteção do meio ambiente, o município é um observador atento do que se passa no concelho e na região e um ator privilegiado pela proximidade que tem com a população. Sempre que a qualidade de vida dos rodenses é posta em causa, é ao município que chegam as primeiras queixas. Estamos atentos e em permanente diálogo com a população, com as empresas e com as autoridades que têm responsabilidade em matéria de fiscalização e em garantir essa sustentabilidade ambiental. Sempre que necessário e quando se afigura ser essa a única forma de garantir o cumprimento da legislação ambiental, não hesitamos em denunciar situações e em pedir a intervenção dessas entidades.
Como se encontra esse equilíbrio?
O equilíbrio entre a atividade industrial e o meio ambiente é um desafio difícil de alcançar. Felizmente, a preocupação de conseguir um desenvolvimento sustentável tem estado entre as prioridades da maioria das empresas, pois só elas podem garanti-lo. A responsabilidade social das empresas tem-se revelado nos investimentos feitos nas melhorias na produção, de modo a reduzir o seu impacto ambiental, e a Celtejo tem feito um esforço significativo nos últimos anos nesse sentido, continuando a tentar fazer melhor, o que só nos pode satisfazer e tranquilizar.
Como encara a autarquia os investimentos realizados pela Celtejo?
A criação de emprego e a fixação de famílias e jovens no concelho estão entre as prioridades do município de Vila Velha de Ródão. É com agrado que encaramos os investimentos feitos, especialmente porque vão ao encontro de outra grande preocupação nossa: a garantia de um desenvolvimento sustentável, que tenha em conta o respeito pelo meio ambiente e que contribua para o aumento da qualidade de vida e do bem-estar da comunidade rodense. Tendo em conta que os últimos investimentos realizados pela Celtejo visam a redução da dependência do rio Tejo e a redução dos impactos ambientais decorrentes da sua atividade, com vista a uma produção mais sustentável, só podemos encarar de forma positiva o esforço feito pela empresa.
Quais são os resultados práticos da entrada em produção desses equipamentos?
A nossa expectativa é que, como foi apresentado na iniciativa Celtejo de Portas Abertas, a entrada em produção desses equipamentos contribua para a introdução de melhorias na produção, que permitam a redução da dependência da água do Tejo e um melhor tratamento e aproveitamento dos efluentes e excedentes gerados, de forma a reduzir os impactos ambientais decorrentes da atividade da Celtejo.
A colaboração entre a Celtejo e as associações defensoras do ambiente permite criar sinergias únicas para transformar o Tejo num motor do desenvolvimento dos territórios que atravessa.
O que achou da iniciativa Celtejo de Portas Abertas?
Trata-se de uma iniciativa muito meritória, que revela maturidade e uma preocupação com a transparência que é muito positiva, dadas as acusações de que a empresa é muitas vezes alvo. Dá uma oportunidade àqueles que geralmente não têm acesso às instalações da empresa de ficarem a conhecer mais de perto o seu funcionamento e os investimentos que têm sido feitos, como é, por exemplo, o caso da Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais.
Ficou surpreso por ver a participação de associações ambientais como a ProTejo?
Não posso dizer que tenha ficado surpreso pois quer o convite da Celtejo quer a presença da ProTejo nesta iniciativa são reveladoras do empenho com que cada uma destas entidades defende as suas causas e os seus objetivos, que não são necessariamente antagónicos, e mostram uma predisposição para o diálogo que só pode ser positivo para todos os intervenientes e para a população do concelho. Julgo que a colaboração entre a Celtejo e as associações defensoras do ambiente permite criar sinergias únicas para transformar o Tejo num motor do desenvolvimento dos territórios que atravessa.
Lançou o desfio de aumentar o diálogo e o relacionamento entre a ProTejo e a Celtejo, com a mediação da câmara municipal. Por que motivos só agora foi possível chegar a esta plataforma de entendimento entre todas as partes?
Julgo que muito foi conseguido até esta data e a clarificação de todo o processo até então desencadeado assume-se neste momento como consentâneo, para que agora se reúnam as partes e num discurso aberto e de proximidade, se encontre um mesmo caminho.
Que conclusões retirou no fim da iniciativa Celtejo de Portas Abertas?
A abertura de portas representa por si só uma abertura clara e espontânea. Pelo que a palavra transparência é o seu maior destaque. Esta iniciativa mostra disponibilidade para marcar presença, receber e explicar o âmbito de uma grande empresa como a Celtejo.
Ficámos satisfeitos por ver os resultados dos investimentos feitos e a preocupação que se verifica com a monotorização e a análise frequente das águas do Tejo e que excede o número obrigatório por lei.
Qual é a opinião da autarquia em relação aos indicadores apresentados pela Celtejo neste evento?
São reveladores do esforço que tem sido feito pela empresa no sentido de minorar o seu impacto ambiental, através do aumento da capacidade do efluente que é capaz de tratar e que é inédito neste tipo de instalações, da preocupação de reduzir a utilização de recursos ou de aumentar a sua reutilização no circuito de produção. Ficámos satisfeitos por ver os resultados dos investimentos feitos e a preocupação que se verifica com a monotorização e a análise frequente das águas do Tejo e que excede o número obrigatório por lei.