A importância dos índices de sustentabilidade
A importância dos índices de sustentabilidade
"Desde muito cedo de decidimos expor-nos ao escrutínio do mercado, que cada vez mais está presente, o que é bom porque nos obriga a um grau de exigência no interior das organizações. Estarmos constantemente a demonstrar o que fizemos e quais são as nossas intenções para o futuro, nomeadamente nas três dimensões ESG (Environmental, Social & Governance)", diz António Martins da Costa, administrador executivo da EDP.
Desde 2006 que a EDP integra, por exemplo o Dow Jones Sustainability Index. Em 2019, a EDP foi líder das utilities integradas e está no Top 2 das Utilities. “Isto dá-nos algum orgulho, mas mais do que isso, define a direção que queremos seguir. Desde há muito tempo definimos que queríamos caminhar para a transição da sustentabilidade”. Em 2003 a EDP aderiu ao UN Global Compact em 2003, publicam os princípios de desenvolvimento sustentável, em 2015 assumem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e dois anos comprometem-se com nove dos objetivos que se aplicam à sua atividade e em temas financeiros fazem parte da TCFD Task Force on Climate-related Financial Disclosures.
“Acreditamos muito neste movimento e nestes princípios e por isso é que nos expomos a esses índices, que implicam um grande esforço na organização, a abertura dos nossos sistemas de reporting, de controlo para sermos transparentes e mostrarmos o que estamos a fazer e estamos disponíveis para ser escrutinados e auditados e é disto que os investidores estão à espera”, salientou António Martins da Costa.
Green bonds
Este caminho é sem retorno, e que está a ser trilhado pelo universo das empresas do mundo da energia e em particular do setor elétrico. Em termos de reporting lembrou que, em 2011, apenas 20% reportava de acordo com as práticas ESG, hoje são 80%. “Este movimento é imparável, já que as práticas ESG estão aqui para ficar. O statament do Banco Europeu de Investimentos que diz que não vai financiar projetos de combustíveis fósseis a partir de 2021. Há um movimento junto da comunidade de investidores de equity e de dívida que vão no sentido do cumprimento da ESG”, afirmou António Martins da Costa.
Administrador executivo da EDP
Afirmou ainda que os estudos académicos mostram uma correlação muito forte, um fator de correlação de 66%, entre quem leva a cabo as boas práticas de ESG e o retorno e o risco das atividades em que estão envolvidas as empresas em que o risco baixa e o retorno aumenta.
A EDP foi pioneira em Portugal na emissão de green bonds em 2018. Seguiram-se mais 5 emissões num total de 3,7 mil milhões de euros, tanto em obrigações puras como em híbridos. “Estamos convencidos que, a prazo, haverá algum prémio associado a estas emissões, que ainda neste momento é relativamente baixo até porque há o custo adicional associado a este tipo de emissões. Espera-se que em 2020 sejam emitidos 300 mil milhões de green bonds a nível mundial”, explica António Martins da Costa.
A União Europeia quer financiar o plano de recuperação em 30% através da emissão de green bonds. Para António Martins da Costa “os sinais estão dados e o green deal da UE é um poderoso instrumento, um bilião de euros até 2030 para reduzir as emissões de CO2 em 40%, e até já se fala em 50% e em que 530 mil milhões são da própria EU, 230 mil milhões de private-public. É uma máquina que está em movimento”.