Estamos a caminhar para o final do processo de vacinação em Portugal e, segundo a task force, o percurso já está a ser preparado com a transição para a vacina contra a gripe. Já é certo que pelo menos alguns centros de vacinação anticovid se vão manter disponíveis, com ligeiras alterações, para vacinar contra a gripe e aqueles que necessitarem de uma eventual terceira dose contra a covid-19 – um decisão que vai ser determinada pelo regulador da União Europeia, a Agência Europeia de Medicamentos, no início do mês de outubro.

Vacinação das crianças: sim ou não?

A grande questão que se impôs na vacinação dos jovens foi se o benefício de os adolescentes saudáveis (12 aos 15 anos) receberem a vacina seria maior do que o risco. Portugal e a grande maioria dos países europeus, e Estados Unidos também, entenderam que sim. Depois de alguns avanços e recuos, Portugal decidiu que todos os jovens entre os 12 e os 17 anos deveriam ser vacinados, sem necessidade de recomendação médica. Já a vacinação das crianças está ainda a ser discutida e analisada. A Pfizer já anunciou que a vacina é eficaz em crianças dos 5 aos 11 anos. Esperam-se ainda dados sobre como a vacina funciona em crianças dos 2 aos 5 anos e crianças dos seis meses aos 2 anos de idade. Até ao momento, não há indicações para tal na União Europeia. 

Portugal perto da meta de vacinados


A vacinação corre de vento em popa e Portugal está perto de atingir a meta dos 85% de inoculações. Até ao momento Portugal conta com:
– 5,21 milhões de inoculações
– 83,89% da população com vacinação completa
– Pessoas com mais de 65 anos estão totalmente vacinadas (100%)
Dados de Portugal continental divulgados pelo SNS a 27/09/2021

Terceira dose da vacina: sim ou não?

Não é certo que vá acontecer, mas a opção de um reforço está a ser considerada, algo já admitido por Estados-membros da União Europeia e outros países do mundo. A decisão de uma eventual terceira dose da vacina anticovid está a ser acelerada pela Agência Europeia de Medicamentos e o resultado espera-se ser emitido nas próximas semanas. A análise está a ter em conta o pedido da Pfizer/BioNTech para administrar uma terceira dose seis meses depois da segunda, nomeadamente a vulneráveis – em Portugal, a DGS considera a opção de vacinação a imunodeprimidos com mais de 16 anos, como transplantados, seropositivos e doentes oncológicos. Segundo o primeiro-ministro, António Costa, o país está já preparado para garantir a vacinação de toda a população com a terceira dose, caso a decisão da EMA e da DGS seja favorável.

Vacina contra a gripe: sim ou não?

Os especialistas acreditam que as máscaras e todas as restrições face à pandemia no último ano podem ter retirado alguma proteção natural à gripe, o que significa que estamos a entrar num período “preocupante”, como referiu Henrique Gouveia e Melo, o responsável pela task force da vacinação contra a covid-19 em Portugal. Seguindo este princípio, para antecipar o inverno e a típica época de gripe, a vacinação gratuita contra a gripe já começou, com vacinação faseada e a inclusão dos profissionais que trabalham em contextos com maior risco.

As recomendações da Direção-Geral de Saúde (DGS) passam pela vacinação contra a gripe das pessoas com mais de 60 anos, sendo prioritários aqueles com idade igual ou superior a 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos, com seis ou mais meses de idade, grávidas, profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados.

Os utentes elegíveis são convocados por SMS, telefonema ou carta, por idade decrescente. Há uma novidade no processo face ao ano que passou: só pode receber a vacina contra a gripe depois de um intervalo mínimo de 14 dias em relação à toma da vacina contra a covid-19. 

Gripe: primeira fase da vacinação gratuita

Todas as pessoas que não são abrangidas pela vacinação gratuita no SNS podem ter acesso à vacina contra a gripe, como habitual, nas farmácias comunitárias, através de prescrição médica – válida até 31 de dezembro – com a comparticipação de 37%, segundo a norma da DGS. 

Gratuita ou não, a vacina é recomendada pela DGS para pessoas que sofram de patologias crónicas ou condições como asma sob terapêutica com corticoides, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), insuficiência cardíaca crónica, insuficiência renal crónica, hepatite crónica, diabetes, obesidade, trissomia 21, entre outras.

Ver Fontes (2)