Sabemos que o corpo é composto por, sensivelmente, 70% de água. Mas sabemos que existe todo um sistema complexo de hormonas e de prostaglandinas (que são substâncias semelhantes às hormonas) responsáveis por regular os níveis de água e garantir que estes não ultrapassam os 70% considerados normais?

Pois bem, independentemente dos líquidos que ingerir, as glândulas sudoríparas e os rins “livram-se” do excesso de água através da transpiração e da urina. Isto, se funcionarem normalmente e corretamente, claro. Quando esta função renal está comprometida, o que acontece é que os rins deixam de ter capacidade para eliminar os fluidos em excesso. Resumindo, sem esta “descarga”, vai resultar uma acumulação de líquidos, sobretudo nas zonas normalmente mais afetadas – pernas, zona abdominal e mãos.

Há formas de ajudar o corpo a prevenir e combater a retenção de líquidos:

1. Massagens de drenagem linfática

O sistema linfático funciona a par do sistema circulatório. É composto por uma extensa rede de vasos, distribuídos por todo o corpo, que recolhem os líquidos dispersos, filtram e conduzem o excesso para a circulação sanguínea. Por isso, as massagens de drenagem linfática são excelentes aliadas na prevenção e no combate à retenção de líquidos. Ajudam a direcionar os líquidos para as estruturas que têm a função de os “eliminar”, descongestionam os vasos linfáticos e são, além disso, relaxantes! 

O método das massagens linfáticas é especialmente recomendado durante a gravidez, na síndrome pré-menstrual e até na perda de peso – quando associadas à prática de exercício físico regular e hábitos de alimentação saudáveis.

2. Alimentação correta e equilibrada

Reduzir o sal, consumir mais alimentos ricos em magnésio (cereais integrais e frutos gordos como avelãs, nozes e amêndoas) e mais alimentos ricos em potássio (como leguminosas e hortofrutícolas em geral), evitar ao máximo os pré-preparados e os alimentos processados e beber água na quantidade indicada ao longo do dia são algumas recomendações essenciais para minimizar a retenção de líquidos. É comum falar-se também de chás que são especialmente indicados pelo efeito diurético – algo que não é aconselhado a quem sofre de certas patologias! 

Chá verde, cavalinha, hibisco, canela e gengibre são alguns exemplos de ervas naturais conhecidas por aumentar a produção de urina, o que ajuda normalmente a combater a retenção de líquidos. Mas atenção! Como dissemos anteriormente, nem toda a gente pode ou deve incluir estas bebidas diuréticas na rotina. Antes de o fazer, fale com o médico e farmacêutico para perceber se é aconselhado, se o consumo pode ter influência na ação da medicação que toma habitualmente e que efeitos estas ervas podem produzir no organismo. É ainda necessário reforçar que o consumo excessivo de qualquer alimento ou produto não é, de todo, aconselhado!

3. Exercícios

O sedentarismo é um dos grandes fatores associados à retenção de líquidos. Ou seja, não será portanto de todo injusto apontar o exercício físico como possível “tratamento”. Os primeiros passos são evitar permanecer muito tempo sentado ou de pé e, caso a profissão não facilite, mexer regularmente as extremidades do corpo. Isto ajuda a estimular a circulação sanguínea e, consequentemente, a assegurar o equilíbrio hídrico do organismo. 

Faça movimentos com a ponta dos dedos das mãos e dos pés para trás e para a frente. Repita várias vezes, com pausas frequentes, durante o dia. Se possível, levante-se, coloque-se apoiado na ponta dos pés e, com movimentos lentos e repetidos, passe para o apoio sobre os calcanhares. No final do dia, ao deitar-se, eleve as pernas acima da altura do tronco, com a ajuda de almofadas, por exemplo. 

Recomendações médicas


Por si só, a retenção de líquidos não é uma doença, mas pode ser sinal de complicações mais graves – como desequilíbrios hormonais, problemas cardíacos ou hepáticos. Isto significa que não deve ignorar por completo esta acumulação de fluidos! Se notar que os pés incham ao longo do dia ou ao final do dia, se acordar frequentemente com o rosto e as pálpebras inchadas ou se notar episódios de inchaço num braço ou numa perna, contacte o médico e farmacêutico para uma análise correta.