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by  Zentiva
Regresso sem stress Regresso sem stress
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Regresso sem stress

Ao trabalho, à escola, à rotina. Depois de uma pausa prolongada, o regresso pode resultar a meio gás, especialmente nesta altura. Para uns, volta-se com a energia recarregada. Para outros, a ansiedade do retorno pode ser mais difícil de gerir.

O regresso, por si só, pode já ser stressante em tempos normais. Na atual fase pandémica, os níveis de ansiedade podem estar ainda mais elevados. É importante redobrar os cuidados de forma a gerir melhor a ansiedade, o stress e o medo provocado, tanto nas crianças e adolescentes como nos adultos, pelo novo coronavírus. Prepare-se, porque voltar à mesma rotina de trabalho e de estudo pode ser agora mais difícil e a adaptação pode demorar mais do que o normal. Conheça as dicas da psicóloga Joana Antunes para um regresso mais eficaz, com menos ansiedade e mais serenidade.

Consequências da indefinição

A ausência da escola e o distanciamento físico social inesperado e súbito foram, para os mais novos, um dos momentos mais desafiantes. Com a mudança completa de rotina, sem apoio presencial e confinados ao espaço das casas, é possível que se tenha registado um aumento do stress, dos alunos e dos próprios pais.

“Este é, de facto, um aspeto que afetou e está a afetar todos – crianças, jovens, adultos – por ser um momento que exige a redefinição das regras e dos comportamentos sociais, assim como a alteração de toda uma normalidade diária que já era encarada como garantida. No caso das crianças, que ainda estão a aprender a integrar toda uma rotina diária, regras (comportamentais e sociais), limites e bases de aprendizagem, esta nova realidade pode efetivamente resultar numa regressão e/ou inibição comportamental a diferentes níveis”, explica a psicóloga.

“Atualmente, com a informação que existe e perante pais de uma geração mais atual, infelizmente ainda se percebe uma certa resistência e vergonha em ir ao psicólogo por parte dos mais pequenos, muitas vezes escondendo que recorrem ao mesmo”

Os efeitos – do desconhecido e das mudanças bruscas – dependem, segundo a psicóloga, dos níveis de resistência à mudança e de adaptação que cada um detém. “Pode haver consequências a nível intelectual em situações de dificuldade de aprendizagem e necessidades educativas especiais – em que houve uma interrupção ou alteração de intervenção – e em crianças que não tiveram as condições mínimas ou essenciais (ausência de computador, falta de apoio de um adulto no uso do mesmo…) para acompanhar o processo de aprendizagem até ao final do ano letivo”, afirma e acrescenta: “O mesmo se aplica aos professores e aos agentes de educação, que se viram obrigados, como em todas as profissões, a uma readaptação repentina, assim como toda a pressão que lhes foi incutida e o peso de terem de garantir o máximo de normalidade e aprendizagem a todos alunos, que veio certamente gerar níveis elevados de ansiedade, agitação e insegurança.”

Passo 1: explicar e tranquilizar

“O essencial, por parte dos pais e educadores, é a comunicação clara: conversar aberta e claramente com as crianças e jovens acerca de todas as regras e medidas que vão sendo publicadas, explicando que será, de facto, um ano letivo diferente dos anteriores, mas que será para o bem de todos e que terão sempre apoio no que necessitarem. Aqui é importantíssimo evitar um discurso alarmante e baseado no medo”, começa por explicar.

É ao adotar esta posição que os pais estão a garantir uma maior confiança por parte da criança, visto que já não vai de “olhos fechados” para uma nova realidade que se aproxima. “Outro aspeto muito importante – quer nesta fase, quer em qualquer outra –, que faço sempre questão de realçar, é o facto de conversarem com os filhos no final do dia. O simples ato de perguntar à criança/jovem se o dia correu bem, se sentiu alguma dificuldade, se conseguiu fazer algo de novo ou como se sentiu, vai ajudar a criança a gerir as suas emoções e vai, automaticamente, promover uma maior segurança, tranquilidade e ânimo para encarar o próximo dia”, conclui Joana.

“Mais do que nunca, neste momento é sem dúvida importante os pais estarem atentos à readaptação dos filhos no regresso às aulas, mas também garantirem um dia a dia o mais natural possível, para que o regresso às aulas seja feito com tranquilidade e segurança e serem capazes de encarar mais um ano letivo cheio de aprendizagens e novos desafios”

Passo 2: planear e apoiar

Em casa, deve ser criado um ambiente “com amor, atenção, regras/limites, tudo isto em equilíbrio, proporcionando à criança/jovem um maior equilíbrio emocional, uma maior segurança e uma maior resistência perante os desafios que surgirem”. O ideal seria os alunos terem mantido uma rotina o mais aproximada possível, com os horários de acordar e de deitar, o horário das refeições, assim como das tarefas domésticas e de brincadeira. Se tal não foi possível, neste recomeço, “é essencial começar a iniciar os hábitos de rotina, pelo menos uma semana antes do regresso às aulas”.

“É também importante voltar a estimular a autonomia da criança perante as responsabilidades diárias, como preparar a mochila e selecionar o material necessário para o próximo dia de aulas, assim como os lanches necessários, tarefas estas que estiveram ausentes nos últimos tempos”, acrescenta.

Ao longo do próximo ano letivo, pais, educadores e professores “devem estar atentos a possíveis alterações comportamentais que possam vir a prejudicar o aluno, quer a nível pessoal e emocional quer a nível intelectual e escolar”, alerta. “Isto pode ser visível através de comportamentos que demonstrem medo, isolamento, inibição que não seja natural no aluno, agressividade e alteração brusca no processo de aprendizagem e rendimento escolar, assim como na interação com os professores e colegas. Todas as crianças reagem de forma diferente, vivendo cada uma no seu mundo. Agora, mais do que nunca, é importante haver uma atenção extra neste sentido para que as consequências não sejam agravadas, atuando numa perspetiva de prevenção e não de remediação. Aqui o papel ativo dos psicólogos da educação nas escolas é essencial”, explica Joana.

Sintomas mais comuns da ansiedade e stress


– Isolamento

– Agitação

– Sono desregulado

– Dificuldades em adormecer

– Resistência em fazer a rotina diária, evitar a escola ou qualquer outro contexto/pessoa de convivência habitual

Nota: “As crianças são todas diferentes e, por esse motivo, os sinais podem depender de criança para criança. Estar atento a cada alteração ou mudança sem motivo aparente é importante para antecipar futuros desequilíbrios”, deixa como alerta a psicóloga Joana Antunes.

Importância da saúde mental

“É um assunto muito importante e já o era”, começa por afirmar. Para a psicóloga, “se já fosse um hábito [abordar as questões de saúde mental], certamente muitas das consequências negativas que surgiram perante a situação atual eram atenuadas e encaradas com maior resistência, preparação e tolerância”.

A 10 de outubro celebra-se o Dia Mundial da Saúde Mental, uma questão ainda muito tabu para a sociedade portuguesa. “Enquanto não for dada a mesma importância e valor à saúde mental como é dada à saúde física, enquanto não houver uma desmistificação e uma abertura social perante o tema da saúde mental – na escola e em casa –, enquanto não houver profissionais de saúde mental suficientes nos estabelecimentos educacionais, todas as tentativas que sejam realizadas não terão a adesão e os resultados desejados”, atenta a psicóloga.

“Não somente nesta fase, mas em todos os anos letivos e níveis de escolaridade, deviam ser explorados temas como o reconhecimento, a aceitação e o equilíbrio das emoções, a tolerância aos diferentes desafios e contextos, com estratégias de coping, relações intra e interpessoais…”

Fica o conselho para os estabelecimentos de ensino: “No início de cada ano letivo, o serviço de psicologia devia ser apresentado tal como fazem com cada professor, sensibilizando os alunos do papel do psicólogo e que este estará disponível em caso de algum desconforto, seja ele de que índole for, perante uma dificuldade, problemas na escola ou em casa, encarando tudo isto como situações que fazem parte do crescimento e que são vivenciadas por todos nós”, dita.

Desta forma, desde cedo os alunos compreendiam que, “tal como os professores ensinam a ler, a escrever, a história e a matemática, os psicólogos ajudam a conhecerem o seu mundo interior, em como usá-lo em seu benefício para se sentir bem consigo mesmo e a arranjar ferramentas e estratégias para superar os desafios que vão surgindo”.

Para a psicóloga não há dúvidas: “Aprender a ler é tão importante como aprender a regular as emoções.”


Conselhos para lidar com a ansiedade e o stress do regresso

* Artigo escrito em colaboração com a psicóloga Joana Antunes.
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Inovação e desenvolvimento

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