É uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo. Ninguém fica indiferente ao sabor intenso e aroma forte. Podemos chamar-lhe o melhor amigo das conversas, das pausas para descontrair e dos dias em que a fadiga parece tomar conta do corpo e da mente. O café tem a capacidade de despertar, aumentar os níveis de atenção e sentido de alerta. Além de reduzir a sensação de fadiga, melhora também o raciocínio e a memória. Diz-se até que tem um efeito protetor na saúde – contra doenças como o cancro do cólon, a diabetes tipo 2, a cirrose hepática, o carcinoma hepatocelular e a depressão. Estes são apenas alguns dos potenciais benefícios do café para a saúde e para o bem-estar

Há ainda um fator muito importante: o café parece ajudar a manter as funções cognitivas no envelhecimento, ao reduzir o risco de doença de Alzheimer e Parkinson, duas das doenças degenerativas mais comuns. Segundo o livro Café e Saúde, “a ingestão crónica de café pode reduzir o risco de demência”.

É verdade que há diversos benefícios associados à cafeína e aos componentes antioxidantes do café, mas para retirar o melhor da bebida o consumo deve ser, claro, moderado e integrado num estilo de vida ativo. 

Quanto café deve beber por dia?

Sabe a resposta a esta pergunta? Talvez já lhe tenha passado pela cabeça que anda a beber café em demasia. Pode ser verdade… Como pode estar enganado! Para adultos saudáveis, a dose recomendada pela European Food Safety Authority (EFSA) está nos 400 mg de cafeína. E agora questiona o que é que este número representa em termos de cafés. Ora, em Portugal, segundo o teor médio de cafeína no café, significa que deve beber, em média, dois a três cafés por dia. Ultrapassa a escala? Ou fica na tangente? 

Antes de se autocongratular, temos só um reparo a fazer: esta dose máxima de cafeína recomendada para adultos saudáveis inclui todas as fontes de cafeína – cafés, bebidas energéticas, refrigerantes, certos tipos de chás, chocolate… Portanto, a cada fonte alternativa de cafeína que fizer parte da dieta regular, há que subtrair ao número de cafés “permitido”. 

Para as mulheres que pretendem engravidar, grávidas ou mulheres em fase de amamentação, a dose recomendada baixa para os 200 mg de cafeína por dia. Isto porque a cafeína é uma substância que atravessa a barreira placentária e que pode, por isso, afetar o feto.

Atenção ainda às crianças e adolescentes! Da próxima vez que pensar em oferecer um café lembre-se de que o consumo é desaconselhado para este grupo etário. Além de não serem claros os níveis aceitáveis de cafeína, devemos ter ainda em atenção a presença de substâncias estimulantes em alimentos como o chocolate, os refrigerantes, os gelados ou os chás, por exemplo.

Diferentes cafés, diferentes quantidades de cafeína?

Varia com a planta do café, com o método de preparação, com a quantidade de café utilizado, o grau de torra e moagem… Uma série de fatores. Em média, um café expresso consumido em Portugal tem 74,5 mg de cafeína por chávena

Já agora: o café robusta – de sabor mais amargo e típico do Sudeste Asiático e Brasil – é a variedade mais popular entre os portugueses, com o grande culpado a serem, claro, os expressos. A variedade robusta é caracterizada por um grão menor e mais redondo e contém cerca de 50% mais cafeína do que a variedade arábica – de sabor mais suave e aromático, considerada o rei dos cafés mundialmente.

Se preferir um café cheio, saiba que a quantidade de cafeína sobe para os 88 mg. Se, por outro, preferir o curto, a quantidade desce para os 62 mg.

Intoxicação por excesso de café: é possível?

Se é! Beber café excessivamente pode resultar em cafeinismo, o nome dado à intoxicação por consumo excessivo e prolongado de café e de outras substâncias que contêm cafeína. Mais de 400 mg de cafeína por dia e mais de cinco dias de consumo contínuo de doses altas podem resultar em sintomas como ansiedade, nervosismo, insónias, taquicardia, náuseas. 

E não ficamos por aqui: existe uma dose letal de cafeína que, para um adulto normal, tem como referência uma dose de cafeína acima de 10 g. Não se assuste! A maioria dos casos de morte devido ao consumo abusivo de cafeína deve-se aos suplementos alimentares à base de substâncias estimulantes que podem interagir entre si ou quando associadas com o álcool. 

Sabe qual é a melhor altura para beber café?

Há uma lógica por trás desta “regra”. Os momentos mais adequados para beber café correspondem ao período depois dos picos de produção de cortisol – a hormona relacionada com a regulação do ciclo circadiano e com a manutenção do estado de alerta. 

Numa dieta saudável e equilibrada, o café não causa efeitos adversos para a maioria dos adultos saudáveis e traz até benefícios terapêuticos. Com moderação, claro!

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