A estimativa dita que um terço da população portuguesa entre os 25 e os 74 anos de idade sofra de hipertensão arterial, segundo o INSEF 2015. Sendo uma doença crónica, com tendência a elevar com a idade, cerca de três em cada quatro pessoas (71% da população portuguesa), entre os 65 e os 74 anos, sofrem de hipertensão arterial. O envelhecimento é um dos principais fatores de risco da hipertensão.

Outros fatores de risco importantes

Dependendo dos valores da pressão arterial e dos riscos de doença cardiovascular associados a cada doente, o tratamento para controlo da tensão arterial vai sendo adaptado. No entanto, há cuidados gerais: a restrição de sal, a prática de exercício físico, o controlo de peso e a toma de medicação

Valores de referência de pressão arterial


Pressão arterial, teoricamente, “ideal”: inferior a 120/80

Normal: 120-129 (sistólica) e/ou 80-84 (diastólica)

Pressão arterial normal, mas não sendo ideal: entre 120-129/80-84

Potencial caso de hipertensão: tensão arterial entre 130-139/85-89

* Fonte: Sociedade Europeia de Hipertensão (ESH) e Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPHTA)


O sal é o inimigo número 1 da tensão arterial. A redução do sal na dieta alimentar é imperativa, assim como a moderação do consumo de álcool e a redução da gordura saturada. Deixar de fumar, seguir uma dieta à base de legumes, preferir produtos lácteos com baixo teor de gordura, incluir na alimentação fibras e proteínas vegetais são outras recomendações.

Vou tomar medicamentos para a hipertensão para sempre?

Depois de atingir os valores pretendidos pelo médico, sim, o tratamento com medicamentos deve ser mantido durante toda a vida. Isto porquê? Porque qualquer alteração na medicação vai refletir-se numa subida da pressão arterial. Este tratamento pode ser ajustado na dose dos medicamentos, mas nunca abolido por completo. Imagine, por exemplo, que sente sintomas de hipotensão quando se levanta. Deve referir estas situações ao médico, para que seja feito o ajuste da dose.

É também fundamental que respeite a hora da toma. Em caso de esquecimento, deve tomar o medicamento assim que se lembre, a menos que esteja perto da hora da toma seguinte!

Atenção, não deve tomar qualquer outro medicamento sem ter a certeza de que não vai interferir com os valores da pressão arterial. Informe-se sempre com o farmacêutico ou médico. Há medicamentos que podem elevar a pressão arterial e reduzir o efeito dos anti-hipertensores. 

Regras de prevenção

Vigilância é a palavra-chave. Para quem tem mais de 60 anos, recomenda-se uma medição regular. Mas se tiver, por exemplo, 30 anos e a pressão arterial estiver dentro dos limites da “almofada” (isto é, entre os 120/80 e os 129/84), então a medição frequente é para si também.

Regra geral, entre os 30 e os 60 anos, quando os valores estão dentro dos parâmetros normais, deve fazer, pelo menos, uma medição anual. Para os jovens adultos, recomenda-se a reavaliação a cada cinco anos.

Conselhos para a medição em casa



Categorias de pressão arterial


Ótima: menor que 120 (sistólica) e menor que 80 (diastólica)

Normal: 120-129 (sistólica) e/ou 80-84 (diastólica)

Normal alta: 130-139 (sistólica) e/ou 85-89 (diastólica)

Hipertensão de grau I: 140-159 (sistólica) e/ou 90-99 (diastólica)

Hipertensão de grau II: 160-179 (sistólica) e/ou 100-109 (diastólica)

Hipertensão de grau III: superior ou igual a 180 (sistólica) e/ou superior ou igual a 110

Hipertensão sistólica isolada: superior ou igual a 140 e menor que 90 (diastólica)

* Fonte: Sociedade Europeia de Hipertensão e Sociedade Portuguesa de Hipertensão


Ver Fontes (8)