A terapia da floresta é uma tradição que chega pelas mãos do povo japonês, que se deixou levar pelos poderes curativos para tratar os males do corpo e da mente. E não, não temos aqui qualquer tipo de efeito sobrenatural ou de poderes mágicos, mas tão-só a capacidade de saber tirar partido do que de melhor a natureza nos oferece para reforçar as capacidades humanas de enfrentar o dia a dia.
Os banhos de floresta são reconhecidos pelos japoneses como uma terapia com efetivos benefícios para a saúde:
- Reduzem o stress, assim como os sintomas paralelos como a ansiedade, a tensão ou as dores de cabeça
- Melhoram o ritmo cardíaco e a tensão, tão determinantes nas doenças cardiovasculares responsáveis por um elevado número de mortes em Portugal
- Fortalecem o sistema imunitário
- Reforçam a capacidade física e melhoram a resistência
- Aceleram e melhoram a concentração
- Ajudam a relaxar, contribuindo para um sono de maior qualidade.
Em Portugal, existem organizações que disponibilizam banhos de floresta com acompanhamento especializado e que são sempre uma boa opção para quem tem receio de se aventurar sozinho na natureza.
Relaxar é preciso!
Esta imersão na natureza torna-se algo não só cada vez mais necessário como também desejável. O conhecido jornalista e escritor americano Richard Louv já veio lembrar que “quanto mais tecnológicos nos tornamos, de mais natureza necessitamos”. Podemos então começar por abraçar árvores!
A ideia tem conquistado adeptos e passou a fazer parte da programação de alguns locais em Portugal, como é o caso do Jardim da Quinta das Lágrimas em Coimbra. Este abraço com raízes e imersão na natureza pode ser uma boa forma de, em tempos de covid-19, descomprimir da tensão provocada pelas restrições do confinamento, do novo “normal” ou de outras situações complicadas do dia a dia. Deixamos a nossa recomendação: saia de casa, vá para a natureza, inspire fundo e abrace uma árvore!
Diga sim à natureza
Praticar exercício em espaços abertos, arborizados e tranquilos é muito mais agradável do que ficar fechado entre quatro paredes. Quem o faz defende a criação de mais ambientes que permitam este contacto com a natureza. Certamente, os resultados são benefícios que vão desde a diminuição do stress até ao combate à osteoporose, passando pela redução da fadiga, melhoria do humor e um considerável aumento da autoestima.
Aventure-se pela floresta dentro e respire o ar puro que todas aquelas árvores lhe proporcionam, desfrute das belas paisagens que vai encontrando pelo caminho e tome contacto com flores, animais e com as muitas espécies endógenas do local onde se encontra. Corpo e mente agradecem a escolha. Coração, cabeça e pulmões saem de lá revigorados.
Se não gostar de fazer caminhadas sozinho, não se deixe desanimar! Opte por criar um grupo com amigos ou conhecidos amantes da natureza e do exercício físico e parta então à aventura!
Locais que não pode deixar de visitar
Parque Florestal de Monsanto: é o pulmão de Lisboa, além do ser também o maior parque florestal português e um dos maiores europeus. Com uma área de 1000 hectares, Monsanto ocupa cerca de 10% do concelho de Lisboa e inclui espaços lúdicos que proporcionam aos habitantes e visitantes várias atividades ao ar livre, nomeadamente, caminhadas e um contacto direto com a natureza.
Mata Nacional de Leiria: apesar do grande incêndio que, recentemente, devastou uma vasta área dos cerca de 11 mil hectares que constituem a Mata Nacional de Leiria – também conhecida por Pinhal d’el Rei –, este continua a ser um espaço de visita obrigatória, que nos transporta para um passado histórico. Mandado plantar pelo rei D. Afonso III, foi, no entanto, D. Dinis que lhe conferiu a grandiosidade da área.
Mata Nacional do Buçaco: é uma área protegida localizada na Serra do Buçaco, no Luso. Foi plantada pela Ordem dos Carmelitas Descalços no primeiro quarto do século XVII e ocupa atualmente cerca de 105 hectares, contando 250 espécies de árvores e arbustos com exemplares notáveis. É uma das Matas Nacionais mais ricas em património natural, arquitetónico e cultural.
Madeira: A Região Autónoma da Madeira conta sete locais de usufruto público designados por parques florestais – Chão dos Louros, Feiteiras, Montado do Pereiro, Pico das Pedras, Queimadas, Ribeiro Frio e Salões. São locais dotados de diversas infraestruturas de recreio e lazer, muito procurados, quer pelos residentes quer pelos turistas que ali ficam mais próximo da natureza em estado puro.